DICAS DE PILOTAGEM OFF ROAD 4X4

Blog Dandaro 4x4

DICAS DE PILOTAGEM OFF ROAD 4X4

Você comprou um veículo com tração 4×4 e quer ingressar no mundo dos trilheiros ou apenas curtir uma paisagem diferente com a família no final de semana? Para ir além das estradas de terra batida, no entanto, é preciso ter algumas noções básicas de condução fora de estrada para não ter surpresas desagradáveis no meio do caminho. Por isso, a Dandaro 4×4  listou algumas dicas básicas após a experiência nas trilhas para quem está no nível iniciante do ambiente fora de estrada.

  1. Revisão antes da trilha

Primeiro, o mais importante é fazer uma revisão no veículo antes de entrar na trilha. Verifique água, óleo, freios, embreagem, pneus e outros itens de segurança como os cintos. E não se esqueça de levar um kit de primeiros socorros, com repelente, protetor solar, agasalhos e roupas extras, além de água e alimentos suficientes para dois a três dias a mais do que pretende ficar – isso será fundamental caso você fique atolado ou precise aguardar um reboque. Outras dicas importantes são: nunca entrar em uma trilha sozinho ou com apenas um veículo e sempre avisar amigos e parentes da localização onde você fará a trilha.

  1. Equipamentos úteis

Existem alguns itens que podem te ajudar – e muito – em uma situação não esperada em uma trilha. Vale a pena ter no carro: cabo para ligação direta (a popular “chupeta”), pás pequenas (melhor ainda se forem dobráveis para ocupar menos espaço), bomba para calibrar os pneus, lanterna, capa de chuva, luvas, facão ou machado (uma ferramenta para cortar galhos caso atole), cinta ou corda para reboque, prancha de desatolagem (se possível) e spray reparador de pneus.

  1. A escolha dos pneus

Se você for encarar terrenos com lama, é preciso estar com pneus lameiros (mud) próprios para off-road, que possuem sulcos maiores e mais largos, oferecendo maior aderência nesse tipo de piso. Pneus para o asfalto não conseguem “limpar” o barro e deixam o pneu liso, fazendo o carro derrapar com mais facilidade. Mas se você estiver com um pneu lameiro, deve ter atenção redobrada ao sair no asfalto, pois ele não tem a aderência adequada para esse tipo de piso. Por outro lado, se você possui apenas um veículo e não pretende se arriscar demais na trilha, pode optar pelos pneus de uso misto, que costumam ser 50% asfalto e 50% para a terra – também são comuns os modelos 70% asfalto e 30% terra.

  1. Calibragem para cada piso

Outro ponto importante é a calibragem. Na lama e na areia, por exemplo, é aconselhável calibrar os pneus com uma pressão menor para facilitar a transposição do terreno. Murchos, os pneus têm maior área de contato com o solo e assim oferecem maior tração. Mas tome cuidado para não esvaziar demais, pois isso pode fazer o pneu se soltar da roda – pelo mesmo motivo, evite fazer curvas muito fechadas. Especialistas alertam que a pressão adequada nesses casos varia conforme o pneu usado. Para começar, você pode usar oito libras a menos que a pressão recomendada para asfalto ao rodar na areia e quatro libras a menos para a lama. Sinta como isso afeta a dirigibilidade do carro e baixe um pouco mais a partir dessas referências se achar necessário. Alguns carros aceitam até 12 libras a menos para a areia. Ao passar por pedras, também é recomendável baixar entre três e cinco libras do valor recomendado pelo fabricante. Mas não se esqueça de calibrar novamente com a pressão correta descrita no manual assim que sair da trilha para evitar o desgaste irregular dos pneus.

  1. Quando usar a tração 4×4?

A tração nas quatro rodas é importante quando você estiver em terrenos com baixa aderência, como lama, areia ou pisos molhados. Se o seu carro possui tração integral permanente, o sistema fará o trabalho todo sozinho, identificando automaticamente quando é preciso acionar as rodas traseiras. Nos modelos em que a tração 4×4 é ligada por uma alavanca ou botão no console, o motorista só deve acionar o sistema quando necessário para evitar o consumo extra de combustível e o desgaste dos componentes. Por isso, use apenas sob chuva forte ou em terrenos escorregadios. Mas lembre-se de acionar o 4×4 antes de iniciar a travessia do obstáculo, pois pode não ter o mesmo efeito se você ligá-la depois que já estiver atolado. E verifique no manual do proprietário qual é a velocidade máxima para fazer a mudança para a tração 4×4, em muitos casos é abaixo de 100 km/h. O segredo em trilhas é sempre ir devagar.

  1. E quando ligar a reduzida?

A tração 4×4 com reduzida deve ser usada apenas para transpor obstáculos específicos que precisem de mais força/torque, como áreas alagadas, lama ou subidas íngremes ou ainda para rebocar outro veículo, por exemplo. Mas lembre-se que a reduzida tem um limite de velocidade em que pode ser usada, em geral, de 40 km/h. E para ligá-la ou desligá-la, a maior parte dos modelos exige que o carro esteja totalmente parado.

  1. Transpondo áreas alagadas

Antes de tentar transpor um rio ou uma área alagada, primeiro desça do carro e verifique a profundidade da água com um pedaço de pau, o tipo de piso e se há correnteza. Esteja certo de que ela não ultrapassa a altura máxima recomendada pelo fabricante do veículo (d~e uma olhada no manual). Observe também se existem pedras ou árvores que podem dificultar ou mesmo impedir a passagem do veículo. Tudo checado, use a tração reduzida (se o veículo tiver) e passe devagar, seguindo um ritmo constante para não formar ondas na água. Lembre-se que em trilhas mais pesadas são usados modelos com snorkel para ultrapassar áreas profundas.

  1. Cuidados com subidas e descidas íngremes

A tração reduzida também é muito útil em subidas ou descidas íngremes. Na subida, ela garante força para o carro chegar ao topo. Já na descida ela mantém a velocidade baixa e deixa o freio-motor atuando, poupando os freios. Na ausência dessa opção, utilize sempre uma marcha baixa para fazer as mesmas funções da reduzida. Se o carro começar a derrapar no meio do trajeto, corrija com movimentos suaves no volante e com leves acelerações para retomar a tração nos pneus. E sempre mantenha o carro em linha reta, jamais suba em ângulo. Caso o carro pare no meio da subida, engate a ré e desça para tentar novamente desde o princípio da ladeira. Se você não estiver confiante de que você ou o veículo conseguirão subir, não tente.

  1. Inclinação lateral tem limite

Redobre a atenção ao passar por obstáculos que façam o veículo se inclinar lateralmente, uma vez que cada carro possui um ângulo limite de inclinação descrito no manual do proprietário. Se ele não for respeitado, o veículo pode tombar. Se você achar que está perto do limite do carro, procure direcionar as rodas para baixo e acelere para trazer o veículo para a sua posição normal. Mas lembre-se que apenas a experiência te ensinará como sair de uma situação dessas, então não se arrisque. Vale a pena conhecer ainda a altura livre do solo, os ângulos de entrada e saída do veículo e se ele possui bloqueio do diferencial (evita que as rodas patinem se uma delas perder a tração com o piso). Em qualquer obstáculo, se achar necessário, peça para o seu acompanhante – lembre-se de que você não deve fazer trilhas sozinho – descer do veículo e guiar o motorista.

  1. Atolei, e agora?

Você ficou preso e as rodas estão girando em falso, seja para a frente, seja à ré. Antes de mais nada: pare! Uma vez que a tração com o solo foi perdida, continuar acelerando fará apenas com que você afunde ainda mais. Desça do carro e faça um calço para os pneus no sentido em que você quer que eles girem. Você pode molhar a areia para compactá-la, se estiver em uma praia, ou usar pedras (sem pontas para não furar o pneu) ou galhos e pedaços de troncos das árvores. O objetivo é que o pneu suba nesse calço e consiga tração para rodar e sair do atoleiro. Outra opção é tentar usar os tapetes do carro, mas nem sempre isso funciona. Existe um equipamento próprio para esta situação chamado prancha, que pode ser um item interessante para se ter no veículo e que pode facilitar a sua vida nessas situações. Alguns trilheiros levam até uma pá para ajudar. Se nada disso funcionar, resta chamar ajuda e depender de alguém que te reboque para fora do atoleiro. Mas tenha atenção ao ponto onde amarrará a corda ou o cabo de reboque (jamais amarre no para-choque, existem pontos específicos para isso nos veículos) e nunca dê trancos na corda. O outro veículo deve se mover lentamente para não rompê-la.

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